Net BR 228: A Essência do Radioamadorismo numa visão diferente.

Semana passada falamos da regulamentação pertinente ao IVG Internet Voice Gateway, canalização, licenciamento e essencial a quem usa Hotspot. Também a diferença entre o DV, IVG, Modos Digitais e ACDS que são estações de dados automáticos. Vale a pena a releitura…

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Indo aos assuntos de hoje, o QTC ECRA publicou uma matéria muito interessante sobre o radioamadorismo que gostaríamos de trazer ao Net BR de Hoje.

O título é “Radioamadorismo, qual a Essência?” cujo tema traz uma Reflexão do que é ser Radioamador e, também, um ponto de vista espacial interessante para refletirmos. Encontrarão a matéria na íntegra no site https://qtc.ecra.club/ e algumas frases destacamos aqui.

Vamos começar com a definição do serviço, conforme consta na UIT (União Internacional de Telecomunicações) e Art. 3º da Resolução 449/2006 da ANATEL que é nossa “legislação mãe” vigente:

“O Serviço de Radioamador é o serviço de telecomunicações de interesse restrito, destinado ao treinamento próprio, intercomunicação e investigações técnicas, levadas a efeito por amadores, devidamente autorizados, interessados na radiotécnica unicamente a título pessoal e que não visem qualquer objetivo pecuniário ou comercial.”

Até aí, temos uma frase de viés técnico/educacional, então vamos nos aprofundar nela com considerações interessantes…

O radioamadorismo vai além do desenvolvimento pessoal, carregando um viés social muito grande, principalmente de interesse coletivo em nome do Interesse Público. Seja no desenvolvimento ou aperfeiçoamento das Telecomunicações, bem como em ações sociais, de salvamento, entre outras.

Sem isso, será que o Radioamadorismo se manteria como está hoje? Cabe citar que o espectro eletromagnético é um BEM PÚBLICO limitado e finito, com demanda cada vez maior por parte de outros serviços.

Todas as bandas a nós destinadas são um Bem Público, ou seja, a UNIÃO por meio da ANATEL é quem é o que podemos dizer donas, sendo a responsável pelo bom uso desse espectro. No caso nenhum detentor da concessão de uso pode se dizer dono, até mesmo, uma concessão pode ser redestinada a outros serviços. Claro que isso é complicado e pouco factível, mas demanda estarmos sempre alertas para defender o que temos de direitos hoje, uma situação eterna.

O radioamadorismo brasileiro detém mais de 24 GHz de um total de 300 GHz do espectro total de frequências existentes e que podem ser utilizadas por TODOS os serviços de telecomunicações.

Ou seja, a grosso modo, 8% de tudo que é possível utilizar em termos de radiocomunicação está na mão dos cerca de 40 mil Radioamadores hoje licenciados no Brasil.

O Alisson fez uma analogia interessante no QTC ECRA, onde esse percentual seria equivalente a destinar o Estado de MG para “apenas” 40mil habitantes, liberando demais regiões para toda população do Brasil, ou seja, uma grande região subutilizada e, voltando ao espectro de frequencias, hoje temos uma gama enorme de faixas, parte delas subutilizadas por nós radioamadores, mas partindo da condição de que cada faixa tem seu comportamento, mantê-las acaba sendo importante a nós e à sociedade com benefícios indiretos.

Agora já dá para entender no que queremos destacar: da mesma forma que, em nome do interesse público, a posse particular de uma grande extensão territorial só se justifica quando esta área está sendo de fato utilizada (não ociosa) e oferece alguma contrapartida à sociedade, o radioamadorismo só se sustenta como serviço de telecomunicações se também oferecer algum tipo de contrapartida à sociedade, e nem vamos falar de ociosidade…

Mas, afinal, nós merecemos todo esse espectro? Como tudo na vida, depende do que se é oferecido em troca para merecer, algo que possa ser discutido banda a banda.

Suponha que apareça um serviço essencial que queira disputar uma banda conosco, um exemplo que por pouco não se tornou real em 2019 quando uma empresa sediada na França tentou “abocanhar” metade da faixa dos dois metros (144-146 MHz) a nível mundial e só não conseguiu por causa da atuação firme e muito bem fundamentada da IARU. Isso também por ser uma faixa por nós bem utilizada e destinada sob caráter primário. Imagina se fosse algo localizado e numa banda por nós subutilizada? A probabilidade de sairmos perdendo ou tendo de se entender compartilhando espaço seria grande.

Enfim, o que oferecemos em troca?

Em última análise, o que nos garante os 24 GHz de espectro para operarmos é o que damos em troca à sociedade.

Em termos práticos, o Radioamadorismo é justificado e citado pelas suas contribuições à sociedade na área educacional, seja em benefício próprio ou de terceiros, como suporte às radiocomunicações em situações de crise, e mais recentemente, pelo caráter de “sentinela” com relação às interferências prejudiciais, já que somos os primeiros a detectá-las, muito antes dos órgãos governamentais e seguramente muito antes das pessoas comuns.

Quando a IARU/LABRE vai à UIT/ANATEL em defesa do Radioamadorismo contra alguma ameaça ou para conseguir algum benefício para nós, não vai de mãos vazias. SEMPRE apresentam aquilo que o Radioamadorismo tem dado à sociedade, de forma inteiramente voluntária, como justificativa. Se não fosse assim, para o bem do interesse público, JAMAIS teríamos algum êxito. Foi exatamente o caso da ameaça da França citada a pouco.

Em suma: o Radioamador experimenta, aprende, ensina e serve à sociedade. São quatro atividades essenciais. Tudo o mais é consequência disso.

Evidentemente, nem todos experimentam, aprendem, ensinam e servem ao mesmo tempo, nem é legalmente obrigado a isso. Porém, todo radioamador deveria fazer ao menos UMA destas quatro atividades, tanto para seu próprio bem, quanto para o bem de toda a sociedade. Mesmo quem gosta apenas de bater papo, deveria ao menos aprender acerca da sua estação e melhorá-la de alguma forma, hoje a Internet nos ensina tudo.

É devido ao trabalho voluntário e abnegado daqueles que experimentam, aprendem, ensinam e servem que TODOS os radioamadores podem realizar aquilo que desejarem nas faixas, respeitados os parâmetros legais.

Finalizando, não são nossas licenças que nos garantem e sim nossas atitudes que nos fazem merecedores ou não do grande espectro a nós concedido.

Recados de hoje:

 

O Net BR é gerido por um grupo coeso de radioamadores, como vocês já devem saber. Recentemente, o Net BR passou a contar também com suporte na condução de ao menos uma edição mensal pelos coordenadores das rodadas trazendo seus temas.

Por tradição, daremos uma pausa no final de ano devendo retornar em meados de janeiro/fevereiro de 2023. Momento que dedicaremos a planos pessoais e merecido descanso.

Assim sendo, dia 06/12, próxima terça, encerraremos o ano com a retrospectiva 2022 e o DMR.

 

Vamos aos ENCONTROS e EVENTOS:

 

  • Segunda a Sexta das 6h30 às 8h30: Encontro Matinal Café no Rancho no TG 7244.
  • Segunda 20hs: UNIÃO DE RADIOAMADORES DE PERNAMBUCO no TG 72426.
  • Terça 21hs: Net BR no TG 724942.
  • Quarta 18hs: Net CT, encontro de Portugal no TG 915.
  • Quarta as 20hs: RODADA BOA NOITE MINAS GERAIS no TG72442 de MG.
  • Quinta 18hs: PONTO DE ENCONTRO BODEGA DO NORDESTE no TG 7242.
  • Quinta 20hs: Nova RODADA 2 DE JULHO no TG 72422 da BAHIA.
  • Sexta 18hs: RODADA DO RANCHO DA AMIZADE no TG 7244.
  • Sexta 20h30: ENCONTRO RIO 40 GRAUS no TG 72443.
  • Sábado 11hs: PONTO DE ENCONTRO SUL CAPIXABA no TG 72441
  • Sábado 15hs: RODADA DO CEARÁ no TG 72423.
  • Sábado 17hs: ENCONTRO DOS ESCOTEIROS no TG 724907.
  • Domingo 15hs: MÁQUINA DE FAZER AMIZADES no TG Papo BR 724941, união de todos os encontros.
  • QTC da LABRE Nacional: Toda última segunda-feira de cada mês às 21hs no TG 724942.
  • QTC da LABRE Bahia: Toda primeira segunda-feira de cada mês às 21hs no TG 72422 e YSF-BAHIA-BR.

Quem tiver interesse em divulgar um encontro, favor nos procurar via e-mail do suporte.

Lembrando que alguns encontros também emitem e-QSL ou Certificado.

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